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quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Polícia apreende veículo que foi usado para transportar criminosos que tentaram resgatar preso

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A Polícia Civil apreendeu o carro usado por dois criminosos para ir até o heliponto da Lagoa, na Zona Sul do Rio, no último domingo. Eles são investigados pelo sequestro do piloto Adonis Lopes.O objetivo da dupla seria resgatar um preso no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. O heliponto foi o local de embarque dos bandidos com destino a Angra dos Reis, no Sul do estado. O alvo seria o traficante Márcio Gomes de Medeiros Roque, o Marcinho do Turano.

A dupla foi levada ao local por um motorista de aplicativo, que contou à polícia que recebeu R$ 100 pela corrida, iniciada em Niterói e paga por um terceiro homem, que os aguardava no estacionamento do heliponto. Ele disse ainda que não tinha conhecimento de que os homens eram criminosos. Após ser ouvido em delegacia, ele foi liberado.

Nas imagens que foram analisadas pela Polícia Civil, o carro passa pela Avenida Borges de Medeiros, na Lagoa, às 10h02 de domingo. Apenas mais de 40 minutos depois, o veículo entra no estacionamento do heliponto da Lagoa. Entre 10h48m e 11h os suspeitos ficaram dentro do local de onde saem os voos. Lá, de acordo com os investigadores, um terceiro suspeito pagou R$ 14 mil em dinheiro vivo pela viagem aérea. Às 11h, apenas dois homens embarcam na aeronave que foi fretada de uma empresa de táxi-aéreo com sede no Recreio dos Bandeirantes.

A Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas (Draco) suspeita que membros da maior facção aprovaram o plano de fuga. Além de Márcio Gomes de Medeiros Roque, a delegacia investiga se outros traficantes também deixariam o Instituo Penal Vicente Piragibe, no Complexo de Gericinó, na aeronave. Nessa terça-feira, Marcinho foi transferido da unidade para Bangu 1, cadeia de segurança máxima do sistema prisional do Rio.

Por volta das 10h30m desta quarta-feira, um agente penitenciário chegou à Draco para entregar cinco celulares e um roteador de internet. Todo o material estava em celas do Instituto Penal Vicente Piragibe. De acordo com informações da polícia, os aparelhos telefônicos serão periciados para saber se os celulares foram usados para repassar as ordens da fuga para pessoas que estão fora da cadeia.

As viagens

Na tarde desta terça-feira, durante três horas, Leandro Monçores de Araújo, de 42 anos, o piloto que levou até Angra dos Reis os dois acusados de sequestrar um helicóptero para resgatar comparsa em presídio do Rio prestou depoimento na Draco. O comandante está na empresa de táxi-aéreo desde dezembro do ano passado.

Ao sair da especializada, ele contou que, quando chegou à Lagoa, três homens já o esperavam. Um fez o pagamento em dinheiro vivo; os outros dois embaracaram. Ele também afirmou que os suspeitos estavam com uma mala de mão e que passou aos investigadores informações sobre as características de ambos.

— Eu estava na escala no dia do voo e fui convocado para levar o pessoal a Angra. Foi um procedimento normal, corriqueiro e que a gente sempre está fazendo. Levei e na volta, como eu não eu não estava me sentindo muito bem, fui tirado. Sem prejulgamento, de tipo de classe social e cor, eram passageiros normais. Eram três homens: um que contratou e os dois que foram. Só dois voaram. O contratante pagou, os dois embarcaram e voaram — relata Leandro, que continua:

— (Após o pagamento) Eu decolei da Lagoa, por volta de 11h15, fui para a empresa (no Recreio) abastecer, fiquei lá 15 minutos e em seguida fomos para Angra. Deixei eles e voltei — conta o piloto.

Leandro contou ainda que o pagamento foi feito em espécie pelo contratante da aeronave.

Na volta, ordem para ir a presídio

No mesmo dia, horas depois, às 17h, outro piloto, Adonis Lopes de Oliveira, que é da Polícia Civil, foi chamado para transportar os dois homens de Angra para o Rio. Após embarcarem, eles anunciaram sua verdadeira intenção: resgatar um detento no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.

Armados com pistolas e fuzis, eles exigiram a mudança de destino, mas Adonis conseguiu frustrar o plano fazendo manobras e desviando a rota, que teve entre os pontos o Batalhão de Bangu, onde fez movimentos bruscos com o helicóptero para chamar a atenção do que acontecia no interior da cabine. O desembarque dos criminosos foi feito no Morro do Caramujo, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Eles ainda não foram localizados.

FonteExtra

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